É uma obra destinada para vozes (Sopranos, Altos, Tenores e Baixos), piano expandido e percussão I e II (tocando diversos instrumentos africanos típicos). Fruto de uma extensa, variada e exaustiva pesquisa sobre a música e cultura Africana em parceria com a AKOJOPO, esta obra traz uma nova abordagem de “fusão de culturas”, onde o pensamento musical africano se funde ao pensamento musical ocidental ensinado nas academias de música. O Kyrie do século IX oriundo da liturgia romana cristã foi traduzido para o Yorubá, sendo apresentado pela primeira vez na história da música neste formato. O início da obra é feito pelo piano expandido (uso de palheta de guitarra no interior das cordas), seguido do toque Alujá do Orixá Xangô, feito pelo Agogô, que chama todo o grupo vocal a participar. Na sequência, as vozes entram com uma sonoridade raramente utilizada chamada por “Tongue Click” tomada por empréstimo da língua Khoisan (!Xó õ) especialmente encontrada em Botswana e Namíbia. Esta pequena obra de duração (cerca de 5 a 6 minutos) é dividida em duas grandes partes (A e B), sendo a primeira uma introdução em andamento lento e a segunda, a apresentação do tema propriamente dito, em andamento rápido. No compasso 61 é utilizado também o “Parlato”, sem o uso dos sons musicais pelas vozes, o que confere a obra uma maior diversidade timbrística. O amplo uso dos instrumentos de percussão tradicionais africanos confere a esta obra um caráter particularmente étnico, mesclando o modalismo sonoro, rituais religiosos africanos, instrumentos tradicionais, com a liturgia romana cristã do século IX, algo inédito no mundo até o momento.
Composição, Arranjo e Direção Artística: Andersen VIANA
Interpretação: Artistas Integrantes da Fundação AKOJOPO (Nigéria/EUA)
Filmagem :Técnicos da AKOJOPO
Edição :Evandro Lopes (Sonhos e Sons Ltda.)
